Diabetes tem cura?

--Diabetes tem cura?

O Diabetes tipo 2 é uma doença que afeta mais de 14 milhões de Brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, e metade destes não sabe que tem o diagnóstico. Além de ser muito comum, suas complicações são bastante temidas: amputações, hemodiálise ou perda da visão, além de infartos ou derrames. Diante da gravidade do problema, é natural que busquemos incessantemente a cura do diabetes. Mas será que realmente o diabetes tem cura?
Quando analisamos pela óptica da medicina, na realidade, o diabetes ainda não tem cura. O que pode acontecer é que a pessoa passe a apresentar, durante ou depois de um tratamento, com medicação, dieta e atividade física, níveis controlados de açúcar no seu sangue, que podem até ser normais. Mas, uma vez que a pessoa já foi diagnosticada com diabetes, ela será sempre considerada assim, pois isso nos traz maior conscientização sobre o problema, o que nos permite antever possíveis complicações e agir precocemente. O bom controle do diabetes reduz e até evita as temidas complicações.

Muitas vezes, se a pessoa desenvolve a doença devido ao aumento de peso e ela emagrece, os níveis de açúcar se normalizam, e isto muitas vezes é visto como cura. Aqui, é importante entendermos que o que acontece na verdade é um bom controle da doença, mas caso a pessoa volte a ganhar peso, muito provavelmente a doença voltará a dar sinais nos exames de sangue.
Além disso, o corpo sente em longo prazo os efeitos do açúcar elevado na corrente sanguínea, mesmo que este aumento seja por um período curto de tempo. Se uma pessoa teve o diagnóstico de diabetes e mudou seus hábitos, normalizando as taxas de açúcar em cerca de 3 meses, por exemplo, mesmo assim o seu corpo sentirá os efeitos desta descompensação no futuro, o que é chamado de memória metabólica.
Dessa forma, mesmo que o paciente diabético esteja com suas taxas de açúcar normais e não esteja tomando nenhum medicamento, os exames de rotina anuais como fundo de olho para avaliar a retina, microalbuminúria para avaliar o rim, controle da pressão e colesterol devem ser feitos.
Atualmente novas técnicas de transplante de pâncreas ou das ilhotas pancreáticas – que são as estruturas que produzem insulina – podem ser usadas para o tratamento do paciente diabético tipo 1, e menos comumente nos tipo 2. E mesmo assim, neste caso, com a total normalização dos níveis de glicose no sangue, o acompanhamento nos anos seguintes com os exames importantes para o diabetes deverá continuar a ser feito.
Muito também tem se falado sobre a cirurgia bariátrica promover a cura do diabetes. E aqui o raciocínio é o mesmo da perda de peso. Mesmo que um paciente diabético tipo 2 se submeta a cirurgia e pare de usar medicamentos, se seus níveis de açúcar ficarem normais, mesmo assim ele ainda, a rigor, continuará sendo diabético – bem controlado, mas diabético. Nestes casos os especialistas chamam de remissão da doença e não de cura.
Então, devemos desanimar? Claro que não! Na prática, para a qualidade de vida do paciente, a remissão do diabetes é tudo que um médico deseja para seu paciente. Quanto mais os níveis de glicose forem normais no sangue, menos complicações e maior qualidade de vida.

Pense nisso. Viva melhor!

By | 2018-03-12T22:49:09+00:00 10 de novembro de 2017|Categories: Sem categoria|0 Comments

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