Mais gordura corporal, menos capacidade de queimá-la.

--Mais gordura corporal, menos capacidade de queimá-la.

Quanto mais gordura acumulada temos, mais nosso corpo produz uma proteína que inibe nossa capacidade de queimá-la. Isso é o que sugere um novo estudo que traz luz sobre novas possibilidades de futuros alvos para o tratamento da obesidade.

A maioria das células de gordura fazem parte do tecido adiposo branco e são verdadeiros reservatórios de energia que agem liberando estas reservas quando são necessárias. Algumas, chamadas de células adiposas marrons, têm sua função primária em um processo que chamamos de termogênese, que gera calor, primariamente, para a manutenção de nossa temperatura corporal.

Recentemente, um grupo de pesquisadores japoneses e britânicos investigou o que causava a menor capacidade de ganho de peso em ratos que não tinham o gene para a produção da  proteína sLR11. Esta proteína normalmente está associada a supressão da termogênese, no entanto, na falta desta proteína, genes que normalmente são mais ativos no tecido adiposo marrom tinham grande expressão também no tecido adiposo branco. Desta forma, além dos ratos terem maior capacidade de termogênese também tinham um significativo aumento do gasto energético.

Quando avaliados os níveis desta proteína em humanos, observou-se que existe uma correlação direta entre os níveis da sLR11 e a gordura corporal total. Além disso, em pacientes obesos submetidos a cirurgia bariátrica, a velocidade da perda de peso era proporcional à queda nos níveis da sLR11, sugerindo que esta seria produzida pelas células de gordura.

Sugere-se que esta proteina tenha função de proteger as reservas de energia do corpo, evitando a queima excessiva de gordura em situações onde onde há rápidas variações no metablismo, como após grandes refeições ou quedas temporárias da temperatura. Isso  faz com que o tecido adiposo seja mais eficiente no armazenamento durante longos períodos de tempo.

Estes achados podem explicar porque alguns indivíduos com obesidade tem grandes dificuldades de emagrecer. É como se a gordura armazenada estivesse lutando ativamente contra seus esforços para queimá-la. A elucidação deste mecanismo traz um novo alvo para futuros tratamentos, quando poderemos melhorar a capacidade de queimar gordura modulando ou inibindo a atividade desta proteína.

 

By | 2018-03-12T22:49:11+00:00 26 de novembro de 2015|Categories: Obesidade|1 Comment

Um Comentário

  1. Rodrigo Moraes dezembro 8, 2015 at 11:16 am - Reply

    Muito boa matéria! Parabéns!

Deixe Seu Comentário